A Cimeira de Copenhaga inaugurou por fim os trabalhos. Tardou 45 minutos mas valeu a pena. Um grupo coral local deu o tom da partida mas foi um vídeo que emocionou a assistência. No registo, das Nações Unidas, uma menina de dez anos tentava desesperadamente fugir de um tufão. No fim, a frase do que se tenta aqui, na Dinamarca: “Nós temos o poder de salvar o mundo”.
O primeiro-ministro dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, foi o primeiro a falar, mas, ao contrário do que se esperava, não falou de um acordo político mas de um contrato ambicioso. Numa manhã onde se ficou a saber que já são 110 os chefes de Estado ou de Governo que anunciaram a sua presença, é de esperar que todos venham menos para falar do que para agir. Terminou mencionando que devemos focar a atenção nos aspectos que unem as nações de todo o mundo e não no que as separa. Por fim apelou para que não se desperdice este momento único: “Temos de ter uma decisão para mostrar aos nossos cidadãos aqui em Copenhaga.”
O presidente do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas) baseou a sua intervenção nas consequências das alterações climáticas descritas nos relatórios científicos, refutando claramente as acusações dos cépticos sobre o problema nos últimos dias. Ou seja, o mundo deve esforçar-se para que o aumento da temperatura global não ultrapasse os 2º C e não adiar o pico de emissões para além de 2015.
O discurso do secretário Executivo da Convenção, Yvo de Boer, começou com a descrição de Nyi Lay, que perde a família depois de um ciclone devastador. Esta conferência, disse, será um sucesso se se alcançar um acordo que entre em acção no dia seguinte ao final da COP. No fim e enfaticamente desejou o fim dos discursos e mais acção de forma a garantir que milhares de crianças do mundo não sofram o mesmo destino de Nyi Lay.
Para já, parece que ninguém quer ser o mau da fita.
Ana Rita Antunes