Portugal ficou classificado em 12º lugar em termos de melhor desempenho relativamente às alterações climáticas num ranking que incluiu os países desenvolvidos (CCPI 2010) e os países com um forte desenvolvimento industrial recente ou representando mais de 1% do total de emissões de dióxido de carbono.
O índice é da responsabilidade da organização não governamental de ambiente GermanWatch e da Rede Europeia de Acção Climática (a que a Quercus pertence) e contou com a colaboração da Quercus na avaliação qualitativa pericial efectuada a Portugal. O anúncio foi hoje efectuado em conferência de imprensa na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas que está a ter lugar em Copenhaga na Dinamarca.
O índice mostra que nenhum país dos considerados pode ser destacado como tendo um desempenho satisfatório no que respeita à protecção do clima. O critério específico para esta avaliação são as medidas tomadas por cada país para assegurarem à escala global um aumento de temperatura inferior a 2ºC. Assim, o CCPI 2010, tal como no ano passado, não tem vencedores, porque nenhum país está a fazer o esforço necessário para evitar uma alteração climática com consequências dramáticas.
O Climate Change Performance Index (CCPI) é um instrumento inovador que traz maior transparência às políticas climáticas internacionais. Com base em critérios padrão, o índice avalia e compara o desempenho de 57 países que, no total, são responsáveis por mais de 90% das emissões de dióxido de carbono associadas à energia. O objectivo do índice é aumentar a pressão política e social, nomeadamente nos países que têm esquecido até agora o seu trabalho interno no que respeita às alterações climáticas. O CCPI resulta de três componentes parciais que são somadas de modo a criar um ranking de desempenho em termos de alterações climáticas dos países avaliados.
A primeira componente (tendência das emissões) analisa a evolução das emissões, nos últimos anos, de quatro sectores: energia eléctrica, transportes, residencial e indústria. A segunda componente refere-se às emissões (nível de emissões) relacionadas com a energia em de cada país, integrando variáveis como o produto interno bruto e as emissões per capita.
A terceira e última componente (política de emissões) resulta duma avaliação da política climática do país a nível nacional e internacional. A componente de tendência pesa 50%, a componente nível de emissões 30% e as políticas climáticas são ponderadas em 20%. Os dados são retirados da Agência Internacional de Energia e das submissões efectuadas pelos países, sendo as políticas climáticas avaliadas por peritos internacionais na área das alterações climáticas, tendo a Quercus participado a este nível para Portugal.
Portugal sobe três lugares no ranking, da 15ª (em 2009) para a 12ª posição (em 2010)
Portugal obteve em 2010, a 12ª posição no ranking final global (1º é o melhor), sendo que ficou em 20ª posição na componente tendência de emissões, 17ª na componente de nível de emissões e 17º na componente de políticas climáticas, tendo subido três posições na análise global. Em 2009, ficou em 15ª posição num total de 57 países. Em 2008, Portugal tinha obtido a 13ª posição no índice, quando estiveram em avaliação 56 países.
Este ano, atinge a melhor posição desde que o índice é publicado. Este lugar reflecte o nível de emissões per capita relativamente baixas e ter um conjunto de medidas consignadas (mesmo que algumas ainda não implementadas) para reduzir as emissões, mesmo não conseguindo cumprir o Protocolo de Quioto apenas com medidas internas, tendo de recorrer assim à aquisição de créditos de emissão no exterior através do Fundo de Carbono.
Quanto às energias renováveis, estas têm infelizmente recebido mais prioridade que as políticas de conservação e eficiência energética. Apesar dos investimentos, a falta de precipitação nos últimos anos tem levado a uma contribuição relativamente reduzida da componente hídrica na produção de electricidade, sendo porém relevante o aumento da produção eólica.
O país melhor classificado no ranking foi o Brasil, seguido da Suécia, Reino Unido e Alemanha. O pior país foi a Arábia Saudita, tendo a Espanha ficado em 32º lugar, o Canadá em penúltimo lugar (59º) e os EUA em 53º lugar. O relatório será disponibilizado em inglês pela Quercus através do sítio www.quercus.pt ou pode também ser consultado em http://www.germanwatch.org/ccpi.
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