Custos para reduzir emissões são agora muito mais baixos
A Quercus e as outras ONGs Europeias presentes em Copenhaga exigem um maior empenho da União Europeia nas negociações climáticas e para isso é necessário que a Europa “acorde”. Os pontos fundamentais sobre os quais a União Europeia, na Cimeira em Bruxelas a ter lugar amanhã e sexta-feira (10 e 11 de Dezembro), com Primeiros-Ministros ou Chefes de Estado, precisa de melhorar ou clarificar as suas posições são:
1. Meta de redução. A UE tem de actualizar o seu objectivo de redução para 2020. A recessão económica fez reduzir drasticamente os custos de atingir uma redução de 30% de emissões de gases de efeito de estufa, ou de um objectivo ainda mais elevado. Neste momento, o objectivo de redução de 20% representa pouco mais do que a continuação da tendência de crescimento actual. Uma verdadeira liderança europeia forte, aqui em Copenhaga, significa um acordo numa redução de pelo menos 40% em 2020, em relação a 1990. Só assim a Europa está em linha com o que a ciência afirma ser necessário para ficar abaixo de um aquecimento global inferior a 2 graus Celsius.
Clareza na contabilização das metas. A UE tem de assegurar clareza na definição da base de contabilização das emissões no sector de Uso do Solo, Alterações do Uso do Solo e Floresta (LULUCF, da sigla em inglês) e que essa base reflicta as emissões reais para a atmosfera.
A UE tem de acordar numa solução para o excedente das Unidades de Quantidade Atribuída (AAUs) (excedentes de direitos de emissão em alguns países desenvolvidos) que não ponha em causa a integridade das metas dos países industrializados no próximo regime climático pós-2012.
2. Financiamento. Apenas promessas de financiamento para curto prazo não são suficientes. Nesta Cimeira a UE tem de dizer qual vai ser a sua parte do novo e previsível financiamento a partir de 2013.
Clareza no financiamento. Este financiamento à ajuda climática nos países em desenvolvimento tem de ser novo e adicional em relação aos compromissos já assumidos de Ajuda ao Desenvolvimento (pelo menos 0,7% do PIB).
Esperamos que a Cimeira de Copenhaga, que já decorre desde segunda-feira, inspire a Cimeira de Chefes de Estado em Bruxelas a acontecer nos últimos dias desta semana, constituindo um passo fundamental para determinar as posições da UE aqui em Copenhaga.
Copenhaga, 9 de Dezembro de 2009
A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza
Os vários rumores que circularam nos últimos dias pelos corredores da Cimeira de Copenhaga, pairando sobre as negociações, estão agora clarificados: o infame “texto dinamarquês” viu a luz o dia. Apesar de ter sido sucessivamente negado, ficou agora bem clara para todo o mundo a existência deste documento que é suposto ser um substituto de um acordo real. O que também ficou claro é que este processo de desenvolvimento era totalmente erróneo e, como acontece frequentemente nestes casos, acabou por rebentar nas mãos do seu proponente. Agora, está na altura do Primeiro-Ministro dinamarquês Lokke Rasmussen aprender a lição e continuar em frente.
A Quercus espera que Rasmussen tranque o documento e esconda a chave, de forma a que seja possível continuar as negociações de forma transparente e aberta, em que todas as Partes, incluindo os países mais pobres e vulneráveis, tenham uma voz que não seja ignorada. Só assim haverá realmente hipótese de conseguir um Acordo final justo, igualitário, ambicioso e vinculativo.
O documento que foi dado a conhecer não é nem justo nem ambicioso. Para além disso, não providenciaria o apoio financeiro e tecnológico necessário para com os países em desenvolvimento. Outra falha fatal deste texto é o facto de não ser um trampolim credível para um acordo final juridicamente vinculativo.
O texto dinamarquês foi um pequeno aviso sobre quão feias as coisas podem ficar quando os países começam a negociar uns com os outros na direcção errada. Ficamos a aguardar a chegada de um novo dia e, com ele, de uma maior capacidade de negociadores e ministros se desafiarem mutuamente para alcançar um acordo tendencialmente vinculativo.
Francisco Ferreira relata à TSF as reacções em Copenhaga ao texto dinamarquês: http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1442041
A rede de mobilização global Avaaz lançou um novo apelo aos cidadãos do mundo para que não se esqueçam do que está em jogo na Cimeira de Copenhaga e o relembrem aos Chefes de Estados dos respectivos países.
Os líderes mundiais estarão reunidos em Bruxelas esta quinta e sexta-feira para decidir quão longe estão dispostos a ir para selar um acordo real em Copenhaga.
Por isso, todos os cidadãos são chamados a cumprir o seu dever cívico e a telefonar ou enviar e-mails para os gabinetes dos seus Primeiros-Ministros, fazendo assim pressão para que salvem a Cimeira e ofereçam propostas mais justas e ambiciosas, em vez de simplesmente ficarem a assistir ao desmoronamento do nosso futuro.
Na página http://www.avaaz.org/en/europe_be_a_leader está disponível toda a informação necessária para enviar uma mensagem de apelo aos Chefes de Estado: sugestões sobre o que dizer, os contactos telefónicos correctos e relatórios sobre o balanço das chamadas.
Após anos de preparação, não podemos falhar nestes últimos dias por uma simples falha de liderança. Por isso, está feito o desafio para fazer tudo ao alcance de forma a salvar um Acordo Climático em Copenhaga.
Artistas peruanos pedem justiça climática numa adaptação do tema "Beds are Burning" usado pela campanha TckTckTck:
"O sector da aviação comprometeu-se a reduzir as emissões poluentes em 50 por cento até 2050, através da utilização de aviões com menor consumo e uma maior aposta nos biocombustíveis, anunciou hoje a Associação Internacional de Transporte Aéreo.
Num comunicado divulgado durante o segundo dia de trabalhos da cimeira da ONU sobre alterações climáticas, que decorre em Copenhaga, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) anunciou que as companhias aéreas estão a investir mais de 1,5 mil milhões de dólares em novos aviões para reduzir, até 2020, as emissões de dióxido de carbono (CO2) geradas pelo sector.
O sector aéreo prevê também realizar uma maior aposta na utilização de biocombustíveis para abastecer os voos comerciais, possibilidade que já está a ser testada por cinco companhias aéreas, para reduzir as emissões poluentes em até 80 por cento."
Ver notícia completa em: http://static.publico.clix.pt/copenhaga/noticia.aspx?id=1413053
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