Diário vídeo da ONG brasileira Vitae Civilis sobre o dia de hoje em Copenhaga, a três dias do final da COP15.
O Governo dinamarquês colocou à disposição das organizações não governamentais (ONG) novos locais, totalmente equipados, para poderem acompanhar o final da conferência climática de Copenhaga, depois de terem sido impedidas de entrar no Bella Center.
“O Governo dinamarquês, em cooperação com a ONG dinamarquesa People’s Action Climate (PCA), organizou um centro de conferências alternativo para que as organizações observadoras que não possam entrar no Bella Center amanhã e sexta-feira, devido às restrições no acesso impostas pelas Nações Unidas”, explicou um comunicado governamental.
O comunicado acrescenta que “serão estabelecidas ligações televisivas com o Bella Center e ainda uma ligação à Internet sem fios”. A partir de amanhã, as ONG serão submetidas a severas restrições: apenas 90 dos seus representantes estarão autorizados a entrar no Bella Center, quando são 22 mil no total.
Fonte: AFP
Pelo menos 230 pessoas foram detidas esta manhã e há relatos de brutalidade policial sobre os activistas em protesto junto ao Bella Center, onde decorre a Conferência de Copenhaga.
Os protestos continuam em Copenhaga, dentro e fora do Bella Center, com as ONG a criticar alguns comportamentos da segurança das Nações Unidas no recinto da conferência e sobretudo a brutalidade da polícia dinamarquesa no exterior.
Dezenas de chefes de Estado discursaram ao longo do dia durante a Conferência das Partes (COP), a maioria com intervenções emotivas em defesa de um acordo justo e vinculativo
A Quercus passou o dia em reuniões com os eurodeputados portugueses e participou num encontro entre as ONG de ambiente da Europa e a comitiva de membros do Parlamento Europeu que acompanham as negociações.
A União Europeia tem um papel decisivo na política de alterações climáticas, de escala nacional à mundial. Os processos directa ou indirectamente associados passam por um regime de co-decisão onde intervêm os Governos e o Parlamento Europeu. Nesse sentido, os eurodeputados são representantes importantes na discussão das matérias sobre clima.
Neste contexto, a Quercus reuniu já hoje com a eurodeputada Edite Estrela (PS - SID), às 16h (hora de Copenhaga) reuniu com a eurodeputada Maria da Graça Carvalho (PSD - CD) e às 17h30 com a eurodeputada Marisa Matias (BE - GUE/NDL). Às 17h participará também num encontro entre as organizações não governamentais de ambiente da Europa e toda a comitiva de membros do Parlamento Europeu que acompanham as negociações em Copenhaga.
Os principais temas são:
- o compromisso imediato da Europa para 30% de redução das emissões entre 1990 e 2020;
- a definição urgente da contribuição financeira da União Europeia para 2020 (e não apenas até 2012 como já o fez);
- o ultrapassar das divergências internas sobre a contabilização das emissões da floresta para o período pós-2012;
- maior liderança europeia para que um acordo ambicioso, justo e vinculativo.
A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza
Há protestos dentro e fora do Bella Center, o local onde está a decorrer a Conferência do Clima em Copenhaga. A partir de hoje, o número de representantes das Organizações Não Governamentais (ONG) autorizados a entrar no recinto foi drasticamente reduzido. Dos 20 mil da primeira semana a organização pretende reduzir para apenas 90 na sexta-feira, valor entretanto alterado para 500. Esta medida está a revoltar delegados e participantes, que acusam a organização de falta de democracia.
Há também informação de que a presidente da COP15, Connie Hedegaard, acaba de demitir-se, sendo substituída nas negociações pelo primeiro-ministro dinamarquês Lokke Rasmussen.
[13h00] Entretanto, todas as ONG foram por agora excluídas de entrar no centro de conferências após acção de protesto no interior do Bella Center. "Estamos surpeendidos e chocados com esta proibição", lamenta Nnimmo Bassey, director dos Amigos da Terra.
No Plenário, os discursos dos países em desenvolvimento mostram desacordo frontal com a forma como as negociações estão a decorrer, nomeadamente porque os textos negociados durante noite e madrugada (texto sobre acção de cooperação de longo prazo – Convenção e texto sobre Protocolo de Quioto) estarem a ser alvo da criação de um ou dois novos textos por parte da Presidência Dinamarquesa da Convenção, sem respeitar a transparência negocial necessária.
[13h05] No exterior do Bella Center milhares de activistas continuam os protestos que podem ser acompanhados em directo aqui.
As negociações acabaram já passava das seis da manhã de hoje. Os atritos continuam entre países em desenvolvimento e países desenvolvidos. Ou melhor, entre Estados Unidos e a China.
O texto sobre Acordo a Longo Prazo foi finalizado com muitos parêntesis rectos. Aqui, os parêntesis rectos são utilizados para as partes de texto não acordadas. Os Estados Unidos quiseram colocar dentro de parêntesis rectos todas as referências ao Protocolo de Quioto, pois é sabido que não querem continuar com esse modelo de redução de gases de efeito de estufa no pós 2012. Em contrapartida, os países em desenvolvimento (entenda-se China) exigiram colocar entre parêntesis rectos todas as referências ao financiamento por ainda não ter o nível de ambição que entendem por necessário.
O texto do Protocolo de Quioto acabou cedo na madrugada. Há um texto, mas os delegados pediram mais um dia para ainda discutir aspectos técnicos. Este ainda nem está pronto para a discussão ministerial.
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