Entrevista a Francisco Ferreira, no Telejornal das 20h:
Francisco Ferreira em entrevista à RTP, ao início da tarde:
Aqui está o famigerado "Acordo de Copenhaga" apresentado esta madrugada na Cimeira do Clima. Esta é a versão distribuída aos delegados e não a versão definitiva, que deixará de conter qualquer símbolo da Convenção do Clima (UNFCCC), conforme decidido já esta manhã.
Copenhagen Accord
Fonte: UNFCCC [link directo]
Decisão anunciada há minutos:
A actual mesa da COP ainda não permitiu a colocação de questões sobre esta decisão. Optou por esclarecer primeiro outros temas pendentes.
Ban Ki-Moon acaba de explicar à imprensa que ao "tomar nota", a COP tornou o Acordo de Copenhaga "operacional com efeitos imediatos". No entanto, o secretário-geral admite tratar-se apenas de um acordo político sem efeitos vinculativos.
10h40 - Mesa volta a ler decisão a pedido dos EUA. Delegado norte-americano esclarece partes que ainda podem aderir ao Acordo. Ilhas Salomão lamentam não ter tido tempo para analisar o documento a não ser já em plenário. "As nossas vidas estão nas mãos dos 25 países que chegaram a este Acordo, queremos que isso fique registado".
Bolívia faz questão de salientar que a COP "tomou nota mas não adoptou" o Acordo. E que isso implica que não poderá a ser a COP a promover mais adesões, mas sim os signatários, dado não ser um Acordo da COP. Arábia Saudita recorda a falta de consenso e avisa para o perigo do precedente de "tomar nota" de um acordo fora do procedimento da COP.
Os trabalhos do plenário estão suspensos há quase uma hora. Os delegados andam de um lado para o outro em acesas negociações, depois do presidente da COP ter concluído em voz alta que não era possível admitir o documento negociado ontem entre Obama e cerca de 25 países, e consequentemente chegar a acordo. Esta suspensão foi pedida pelo secretário para as alterações climáticas britânico, Ed Miliband. Acompanhe em directo aqui.
Faltam poucos minutos para as 8h da manhã em Copenhaga (7h em Lisboa) e o plenário da Cimeira do Clima continua reunido sem conseguir chegar a acordo. O documento apresentado ao final da noite por Barack Obama tem recebido críticas de vários países, alguns dos quais já garantiram que não o votarão favoravelmente.
Apesar da maioria das intervenções irem no sentido da aprovação, alguns delegados recordam que o plenário não pode aprovar nada sem ser por consenso e essa condição não existe. O Acordo de Copenhaga corre o risco de não ser formalmente aprovado e de ser apenas aceite como um documento informativo para futuras cimeiras.
As principais críticas vão para a forma pouco democrática como o documento foi elaborado por um grupo de apenas 25 países. Críticas também para os objectivos pouco ambiciosos, uma constatação quase unânime até agora. A discussão continua sob a condução nem sempre eficaz do primeiro-ministro da Dinamarca.
Posição da Quercus sobre o Acordo de Copenhaga (antes da eventual aprovação do mesmo em Plenário da Convenção):
Este acordo é uma falsa partida e não é claro que tenha o apoio dos todos os líderes mundiais. Apesar do que os líderes políticos estão a dizer neste momento, este desenvolvimento não torna o trabalho quase feito: está longe de ser justo e vinculativo. Este acordo tem muitas lacunas reconhecidas aliás publicamente no momento do seu anúncio.
Os líderes falharam em conseguir um verdadeiro acordo como prometido. Ignoraram a ciência e guiaram-se por interesses nacionais. Estamos perante um atraso com muitos custos, que podem ser medidos em vidas humanas e em dinheiro perdido.
O financiamento acordado representa menos que os subsídios dos países às indústrias de combustíveis fósseis. Os objectivos para reduzir a poluição mantêm-nos no caminho que a ciência diz levar a um aumento catastrófico de temperatura.
Na melhor das hipóteses, estamos agora confrontados com um atraso mortal que significa uma tragédia desnecessária para milhões de famílias. Os impactos vão fazer-se sentir em todos os países e mais drasticamente nas populações mais pobres dos países em desenvolvimento.
Os líderes mundiais precisam de repensar este acordo. Tal como está, irá desmoronar-se assim que analisado com mais atenção. É preciso os líderes mundiais reunirem-se novamente antes de Junho para resolverem os assuntos que ficaram pendentes agora.
Sobre a União Europeia
Na opinião da Quercus, é fundamental que a União Europeia se comprometa unilateralmente com uma redução de 20 para 40% das suas emissões de gases com efeito de estufa entre 1990 e 2020 (30% de esforço interno), dado que os a recessão económica e financeira reduziram significativamente os custos das medidas associadas.
A União Europeia deveria desde já ter assegurado a continuação do Protocolo de Quioto para um segundo período pós-2012 e foi demasiado passiva em termos negociais, apesar de reconhecermos a sua liderança. A União Europeia deve confirmar que o processo negocial deve seguir de modo firme o caminho da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas. Deve também clarificar que a contribuição financeira aos países em desenvolvimento acordada em Copenhaga é adicional.
Copenhaga, 19 de Dezembro de 2009
A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza
Esta parece ser uma das últimas versões do documento a ser votado em plenário ainda esta madrugada. No entanto, à semelhança do que ocorreu ao longo do dia, é natural que surjam novas versões.
. Listas de Ligações
. 5 links para a cobertura em directo
. 6 links oficiais sobre a COP15
. Outros 15 'especiais informação' sobre a COP 15
. 10 links de informação alternativa
. Sites Oficiais (em inglês)
. Página Oficial da Organização da Conferência
. Página Oficial das Nações Unidas sobre a Conferência
. Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas
. Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas
. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
. Programa das Nações Unidas para o Ambiente
. Organização Meteorológica Mundial
. Documentos (em português)
. Plano Nacional para as Alterações Climáticas
. Plano Nacional de Licenças de Emissão de CO2 (PNALE) 2008-2012