Realizou-se hoje a primeira atribuição dos galardões “Fóssil do Dia”, uma cerimónia cheia de entusiasmo e glamour onde as organizações não governamentais distinguem os países com pior comportamento negocial na Conferência (ver vídeo). O terceiro lugar foi para o Canadá, que apesar de ter ratificado o Protocolo de Quioto, pretende um baixo grau de comprometimento e tem apresentado resultados decepcionantes na redução de emissões de gases com efeito de estufa.
O segundo lugar foi para uma controversa e complexa questão no seio da União Europeia e que se prende com a forma de contabilização das emissões (positivas ou negativas) da floresta, onde três países (Suécia, Finlândia e Áustria) têm liderado uma nova proposta de cálculo que não parte da tradicional base histórica, mas admite considerar “uma banda” de funcionamento da floresta como sumidouro ou emissor de dióxido de carbono apenas quando se ultrapassa um desvio considerável da tendência. As associações de ambiente consideram que tal é feito com o objectivo principal de beneficiar a indústria da madeira. Portugal no quadro da União Europeia encontra-se aliás também próximo da proposta associada, em particular, a estes três países galardoados.
E o primeiro lugar foi atribuído ao conjunto dos países desenvolvidos (o denominado Anexo I do Protocolo de Quioto), onde Portugal também se enquadra, pela falta de ambição das metas de redução (algures entre 11 e 17% de acordo com as contas que é possível fazer), sendo que o necessário é 25 a 40%, principalmente de esforço interno de redução, entre 1990 e 2020, não se devendo recorrer em grande parte a créditos externos actualmente previstos no Protocolo de Quioto.